Após reunião na tarde desta quarta-feira (10), entre
gestores do Projeto Retoma Pará, que envolve várias secretarias, o governo doEstado decidiu manter as medidas restritivas estabelecidas no Decreto Estadual800/2020, publicado no último dia 30 de janeiro. Dentre as restrições, o
bandeiramento na região do Baixo Amazonas permanece na cor preta. Já são 10
dias de lockdown na região
.
A medida, que deve durar por pelo menos mais sete dias,
foi adotada devido ao alto número de internações de pacientes com Covid-19,
ainda registrado no Baixo Amazonas. Para garantir assistência à população,
nesta quarta-feira também foram abertos mais 10 leitos de UTI (Unidade de
Tratamento Intensivo) no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), atingindo
61 leitos de UTI na unidade, além de 35 clínicos.
“Hoje, nós temos uma situação muito sensível no nosso
Estado. Nos preocupam várias regiões, por isso a decisão em conjunto do corpo
técnico com o governador foi de manter por mais sete dias o lockdown na região
do Baixo Amazonas, e manter a bandeira laranja nas demais regiões do Estado”,
explicou o secretário de Estado de Saúde pública, Rômulo Rodovalho.
Variante do vírus - Hoje, o governo também confirmou mais
nove casos da nova variante de Covid-19 nos municípios de Santarém, Óbidos e
Monte Alegre, todos no Oeste do Estado. O Pará já contabiliza 11 casos
confirmados da nova variante.
Com o lockdown, os 14 municípios da região suspendem
todas as atividades não essenciais e restringem, ao máximo, a circulação de
pessoas. Os municípios afetados são: Alenquer, Almeirim, Belterra, Curuá, Faro,
Juruti, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Placas, Prainha,
Santarém e Terra Santa. A medida foi tomada pelo governo do Estado para conter
o avanço da Covid no Oeste do Pará.
“Nosso grupo, em conjunto com a equipe da Central de
Regulação de leitos da Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública), faz
projeções sobre a quantidade necessária de leitos de UTI em cada uma das
regiões de saúde, podendo, assim, projetar com antecedência cenários de
demandas de leitos de UTI, e apoiar o Estado na tomada de decisão e na alocação
técnica dos recursos hospitalares, contribuindo para a preservação da vida dos
paraenses. Dessa feita, medidas restritivas, como as adotadas pelo governo do Estado,
são necessárias para controlar o avanço do vírus, reduzir as taxas de contágio
e, por conseguinte, causar menos pressão no sistema de saúde do Pará”, avaliou
Jonas Castro, pró-reitor adjunto de Extensão e docente da Universidade Federal
Rural da Amazônia (Ufra), e também coordenador do Grupo de Pesquisa Boletim
Covid-PA.
De acordo com o decreto, os municípios em lockdown devem
adotar a proibição de circulação de pessoas, exceto por extrema necessidade,
sendo permitido neste caso o deslocamento de apenas um membro da família ou por
unidade residencial, que poderá ser acompanhado por uma criança.
Restrições mais severas - Durante a vigência do decreto,
a orientação é que o deslocamento seja feito somente para compra de alimentos,
medicamentos, produtos médicos ou de higiene pessoal; para exames e consultas
médico-hospitalares, e operações de saque e depósito bancário. Está permitida a
realização de trabalho e atividades consideradas essenciais, conforme lista
estabelecida no próprio decreto, e acompanhar a consultas e exames médicos
pessoas com problemas de saúde. Em todos estes casos, é obrigatória a
comprovação do motivo da saída.
Serviços de táxi, mototáxi e de transporte por aplicativo
de celular estão permitidos nos municípios, porém deve ser exigida dos
passageiros a comprovação do motivo da circulação.
As atividades religiosas deverão ser realizadas de forma
remota e ficam proibidas reuniões em ambientes públicos ou privados,
independentemente do número de pessoas, inclusive da mesma família que não
coabitam. Da mesma forma, ficam suspensas visitas em casas e prédios, exceto no
caso de pessoas exercendo atividade essencial.
Estabelecimentos que desempenham serviço ou atividade
essencial podem funcionar, seguindo os protocolos obrigatórios de segurança,
assim como feiras de rua e serviços delivery, sem restrição de horários, de
alimentos in natura ou industrializados, incluindo: comida pronta,
medicamentos, produtos médico-hospitalares, de higiene pessoal e de limpeza.
Aulas suspensas - Os municípios em bandeira preta,
indicando zona de contaminação aguda, devem manter suspensas as aulas
presenciais nas escolas públicas e privadas. No caso das escolas particulares,
o decreto permite aulas presenciais somente a partir da bandeira laranja.
Conforme o decreto estadual permanecem em bandeiramento
laranja: Região Metropolitana de Belém, Marajó Oriental e Baixo Tocantins;
Marajó Ocidental; Nordeste; Xingu; Carajás; Tapajós e Araguaia. Nesse
bandeiramento ficam proibidos e fechados ao público: I - bares, boates, casas
noturnas, casas de shows e estabelecimentos afins, bem como a realização de
shows e festas abertas ao público; II - praias, igarapés, balneários e
similares, nos feriados e nas sextas-feiras, sábados, domingos e
segundas-feiras.
Outras ações - No enfrentamento à segunda onda de
Covid-19 na região Oeste, o Governo do Pará, por meio da Sespa, mantém as
estratégias de assistência à população, ampliando o número de leitos e
reforçando o trabalho em conjunto com os municípios. Já foram abertos, de
dezembro até esta quarta-feira (10), 250 leitos para atender pacientes de Covid
de toda a região.
Será entregue ainda o Hospital de Campanha de Santarém,
com mais 60 leitos clínicos, para atender pacientes infectados pelo novo
coronavírus.
Transferências - A Sespa, em parceria com a Secretaria de
Saúde de Santarém, vem reduzindo o número de ocupações na UPA (Unidade de
Pronto Atendimento), com transferências mais céleres de pacientes para
hospitais de referência em Covid-19 na região Oeste. Do dia 2 de fevereiro,
quando iniciou a ação, até esta quarta-feira, já foram realizadas mais de 57
transferências.
O trabalho iniciou na última semana, quando diretores da
Sespa e gestores municipais identificaram um fluxo acima do esperado na UPA,
mesmo ainda dispondo de leitos. Com o aval da Prefeitura, uma equipe técnica da
9ª Regional de Saúde da Sespa foi à unidade verificar os problemas e saber o
motivo de os pacientes não estarem passando pela regulação.
Suporte – O Estado já forneceu aos municípios 645
cilindros de oxigênio para dar suporte às unidades de saúde. Desses, a região
Oeste recebeu 505 cilindros. Entre os municípios alcançados estão Alenquer,
Almeirim, Belterra, Curuá, Faro, Itaituba, Juruti, Mojuí dos Campos, Monte
Alegre, Óbidos, Oriximiná, Prainha, Rurópolis, Santarém e Terra Santa. Também
está prevista a chegada de uma usina de oxigênio a Juruti para reforçar o
abastecimento.
Já a região do Marajó, com o apoio do Grupamento Fluvial
de Segurança Pública (GFlu), vinculado à Secretaria de Estado de Segurança
Pública e Defesa Social (Segup), recebeu 140 cilindros, beneficiando os 16
municípios marajoaras: Afuá, Cachoeira do Arari, Chaves, Ponta de Pedras,
Salvaterra, Santa Cruz do Arari, Breves, Curralinho, Gurupá, Muaná, Soure, São
Sebastião da Boa Vista, Melgaço, Portel, Anajás e Bagre.
Fonte: Agência Pará
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